Fauna

Segundo dados recentes do IPP, o Município serve de habitat para 107 espécies de mamíferos, 53 de anfíbios, 32 de répteis e 481 de pássaros (número excepcionalmente grande, visto que a Europa inteira abriga 680 espécies de pássaros).

Mamíferos

Entre os mamíferos, são frequentes os macacos, que são de três tipos: principalmente o Macaco Prego, nativo da Mata Atlântica e o Sagüi-Estrela, natural do Nordeste e introduzido no Rio pela mão humana. Mais recentemente, em 2015, o Bugio e a Cotia foram reintroduzidos na Floresta da Tijuca por uma equipe liderada pelo professor Fernando Fernandez. Além disso, é possível encontrar na floresta Preguiças, Gambás e Esquilos-Caxinguelê. Outros mamíferos existentes no trajeto da Trilha Transcarioca, mas cuja observação é um pouco mais rara, são o Cachorro do mato, o Guaxinim, o Tatu e o Tamanduá-Mirim.

Aves

Entre os pássaros, os de mais fácil observação são as diversas espécies de Beija-flores, Gaviões e falcões, Pardais, Corujas, o João-de-barro, o Bemtevi, o Pica-Pau, o Saíra-Sete-Cores e os Tucanos, reintroduzidos por Adelmar Coimbra na década de 1960. Também podem ser facilmente avistadas espécies de psitacídeos como Papagaios, Maitacas e Periquitos. Nas áreas de manguezais e lagoas, as Garças e os Biguás são as mais comuns.

Répteis / Anfíbios

Entre os répteis, encontramos diversos tipos de lagartos, mas o que mais assusta são certamente as cobras.  Não se deve, entretanto, encarar isso como um grande problema. A maioria das serpentes não é peçonhenta e quase todas elas tenderão a fugir do homem uma vez que sintam sua presença, só atacando quando se sentirem ameaçadas.

icone-atencao2Víboras, em geral, não atacam as pessoas gratuitamente. Ao contrário, elas só mordem quando se sentem acuadas, são provocadas ou inadvertidamente pisoteadas.

Portanto, a possibilidade de um trilheiro atento ser mordido por uma serpente venenosa é quase nula. Por menor que seja essa possibilidade, contudo, ela deve ser encarada com a maior seriedade.

Certifique-se que seu Guia de Primeiros Socorros tenha um capítulo sobre mordidas de cobra e leia-o atentamente antes de sair de casa. Além disso, verifique qual é o hospital mais próximo da trilha a ser percorrida que dispõe de soros específicos para mordidas de serpentes.

icone-atencao2Verifique se o seu Guia de Primeiros Socorros tem informações sobre picadas de aracnídeos e insetos, bem como sobre as reações alérgicas a essas mordidas. Não saia de casa para caminhar no mato sem ter se informado extensivamente sobre esses assuntos.

Publicações

O mercado editorial brasileiro é carente de uma publicação completa que permita identificar a totalidade dos bichos das florestas cariocas através de desenhos ou fotografias. Alguns livros, entretanto, retratam vários de nossos animais:
*(Clique nos títulos para buscar os livros no site Estante Virtual)

Guia de Observação de Aves do Parque Nacional da Tijuca
Ivandy Castro-Astor, Ie Claudia Bauer. Rio de Janeiro: Amigos do Parque Nacional da Tijuca, 2011.

• Calendário Permanente da Floresta da Tijuca
Dorée Camargo Corrêa. EGL Editora.

Parque Nacional da Tijuca
Carlos Manes Bandeira. Ed. Makron Books.

• Ornitologia Brasileira
Helmut Sick. Ed. Nova Fronteira.

Um pouco de história…

“… Nas florestas há uma grande diversidade de animais selvagens de boas carnes como veados e corças e javalis… um certo animal chamado quati. É também muito abundante um certo animal que os selvagens chamam de tapiira (anta)… Por fim, o tucano… tendo um bico quase tão grosso e comprido como o resto do corpo” André Thevet, 1556

Ao lado: Primeiras representações gráficas de um tucano e um bicho-preguiça, baseadas nos relatos de André Thévet, frade explorador francês que esteve no Brasil no século XVI, sendo o grande responsável pela vulgarização da expressão “França Antártica” , referindo-se à experiência colonial francesa na Baía da Guanabara.


Conheça aqui a história da fauna carioca ao longo dos séculos pós-descobrimento do Brasil

Flora

As áreas de proteção ambiental por onde passa a Trilha Transcarioca abrigam 833 espécies vegetais, sendo 676 típicas de Mata Atlântica, 133 de lagoas e 24 de mangues; constituindo-se em um patrimônio ecológico de grande diversidade.

Mata Nativa

Entre os espécimes oriundos de Mata Atlântica têm especial relevo a Quaresma e suas flores roxas, a Aleluia, o Ipê-roxo e o Ipê-amarelo, a Paineira, o Jequitibá, a Embaúba e o Pau-Brasil. Isto para não mencionar as Bromélias, tão variadas quanto belas nas matas da Trilha Transcarioca.

Mata Exótica

Entre as plantas introduzidas pelos colonizadores sobressaem o Eucalipto australiano, a Mangueira e a Jaqueira trazidas da Índia e o Capim Colonião; uma praga que veio da África a bordo dos navios negreiros, onde servia de cama aos escravos.

Publicações

Muita gente tem prazer em passear observando a vegetação e identificando cada um dos espécimes localizados ao longo do caminho. Infelizmente, no Brasil ainda são muito escassas as publicações didáticas que, através da combinação desenho/informação, permitam ao leigo iniciar-se nesse passatempo.
No âmbito do Rio de Janeiro, existem alguns livros que servem para suprir essa carência. Listados abaixo, estão alguns deles; os dois primeiros podem ser usados como guias visuais, já que trazem fotos ou desenhos das plantas; os outros são recomendados pela riqueza de informações.

*(Clique nos títulos para buscar os livros no site Estante Virtual)

• As Mais Belas Árvores da Mui Formosa Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro
Cecília Beatriz da Veiga Soares. Editora Nova Fronteira.

• Calendário Permanente da Floresta da Tijuca
Dorée Camargo Corrêa. EGL Editora.

• Parque Nacional da Tijuca
José de Paula Machado. Editora Agir.

• A Floresta da Tijuca e a Cidade do Rio de Janeiro
Paulo Bastos Cezar e Rogério Ribeiro de Oliveira. Editora Nova Fronteira.

Para quem tiver interesse na história da Mata Atlântica como um todo é indispensável a leitura do excelente livro de Warren Dean:

• A Ferro e Fogo
Warren Dean. São Paulo: Companhia das Letras

Um pouco de história

“Talvez seja impossível restaurar a Mata Atlântica…(entretanto) Mesmo o que resta é indescritível em termos práticos e imensamente complexo. Um botânico pode fornecer listas de suas árvores; nas faixas mais diversas da Mata Atlântica, há até oitocentas espécies— um número ponderável, comparado às poucas dúzias encontradas nas florestas temperadas da América do Norte ou Europa”
Warren Dean, historiador americano, especializado em Brasil.


Saiba mais sobre a história da Mata Atlântica desde o descobrimento do Brasil, clicando aqui.